quinta-feira, 31 de maio de 2007

Um dia

"...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.
Para o homem provar que é homem, não precisa ter mil mulheres. Basta fazer uma feliz..."

[Mário Quintana]

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Motivo.Mudança

A ausência de post's nesse blog deve-se à mais uma de minhas mudanças.

Depois de desmontar, encaixotar, carregar, remontar e arrumar minhas coisas tantas vezes, comecei a me questionar o motivo de cada uma dessas mudanças.
Percebi que em todas, eu estava tentando fugir de algo.
Fosse dos meus pais, das minhas dores, do cansaço ocasionado pelo transporte pendular. No fundo eu apenas queria me ver livre de algo e achava que a melhor saída era juntar todas as minhas coisas e partir para meu mais novo lar.

Após mais uma mudança, confesso que nenhuma das anteriores surtiu efeito [dãããã... se algo de positivo tivesse ocorrido, eu não estaria me mudando novamente].
Muito pelo contrário, cada uma dessas mudanças acabou me gerando uma nova frustração, que ocasionou um trauma. Por que ao invés de encarar o que me desagradava e achar uma maneira de resolver o problema, eu fugi.

Bom, vou voltar pra minha bagunça e deixar aqui em poema que tomei conhecimento através do filme "La Stanza Del Figlio", de Nanni Moretti.
[Recomendo o fime]
Não sei quem é o autor do poema, mas gostei muito dele.
Esse desenho que uso é de um cara que conheci no orkut.


Créditos
Profile: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=10561885234378945650
Site: http://www.perisse.nu/




Os Dedos do Pé

" Mas que diabos acontece?
Que raio de dedos são estes
Que não se importam com nada?
Serão ainda meus dedos?
Esqueceram os velhos tempos
O que significava estar vivo então
Sempre na primeira fila
Os primeiros a ir para a pista
Assim que a música comaçava? "


quarta-feira, 9 de maio de 2007

Metáforas biográficas

É, eu realmente aprendi que a vida não pára.

Enquanto eu me sentei para tentar juntar os pedaços do meu coração, a vida acontecia ao meu redor. O mundo girava ininterruptamente enquanto eu me lamentava e secava minhas lágrimas.
Com isso, só consegui mais dor e sofrimento.
Pois as pessoas precisavam seguir seu caminho e com meu bonde parado naquela mesma estação, gradativamente, uma à uma, cada uma das pessoas que se encontrava comigo naquele bonde, estagnado, foi pegando seu rumo e embarcando em um dos outros bondes que por nós passava, dando continuidade ao seu caminho.

Por muito tempo lá fiquei, espraguejando aquela máquina inerte, tentando fazer com que ela voltasse ao seu trilho e desse continuidade ao meu caminho. Foi uma luta em vão. Não havia esforço que fosse recompensado.
Eu lutava com algo que já não tinha mais “vida”... sua utilidade extinguira-se. E eu não quis enxergar que devia largar aquele bonde e enquanto um outro não passasse, deveria cuidar da estação.
Pintar, limpar, plantar flores... trazer àquele lugar cores.

Ok, ok!
Eu talvez não tenha me esforçado o suficiente, dirão uns; outros se penalizarão [desnecessariamente, afinal, não sou nenhuma injustiçada pela vida.].
Mas ouso dizer que fiz tudo o que pude, aquilo era o máximo que podia na época.
Estava tão enceguerada pela minha dor que preferi não enxergar a realidade, e tapar meus ouvidos aos pensamentos que ecoavam em minha mente.
Perdi tempo, perdi pessoas, perdi oportunidades... e só hoje sou capaz de entender isso.
Mas pude aprender muito à respeito de mim mesma, daquelas pessoas que me abandonaram, da vida...

Com o tempo, outras pessoas foram aparecendo.
Algumas apenas pintaram uma parede e se foram, outras, estão no trabalho diário de embelezar a estação junto comigo.
Elas vão e vêm.

Meu velho bonde deu lugar a um novo. Construído com muito esforço, muito mais dos que me cercam, do que meu, que mesmo nas horas mais árduas se negam a partir.
Com muita ajuda, estou o fazendo rodar.
E já tenho uma certa confiança para construir meus próprios trilhos, seguindo aquele caminho que julgo ser o certo.
Talvez descubra que mais vez errei quando desembarcar na última plataforma. Mas, ao menos, terei trilhado o caminho que escolhi.
Não terei apenas ficado a lamentar-me, sentada na estação, do que já foi, apenas supondo o que vai ser e sofrendo por algo que nem sei se realmente não será.

Mesmo com o coração na mão, tive que deixar aquele velho bonde, incapaz de voltar a rodar, de lado e embarcar no novo.
Com medo, lógico. Mas com coragem.
Fechei os olhos e fui.
Quando lá cheguei, vi que muitos estavam comigo... várias mãos para me amparar.

De vez em quando o velho bonde me vêm à memória.
Acreditei que juntos: eu, ele e os demais integrantes, fôssemos rodar até o fim. E por vezes sinto falta do que vivemos juntos. Das histórias, dos sentimentos que brotaram, dos sonhos não concretizados, das pessoas que partilharam o percurso e de tudo o mais que vivi à bordo dele, cercada por cada uma daquelas pessoas, que foram tão importantes em minha vida.
Então eu paro por alguns instantes, tomo algo, fumo um cigarro e anuncio que em 5 minutos estaremos partindo.
Rodar ainda é difícil...
Meus trilhos encontram-se obstruídos em alguns trechos. Mas sei que posso contar com mãos amigas que me auxiliam na remoção dos obstáculos.

É, a vida não pára...
Mesmo que nosso mundo tenha sido dizimado.

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Esse texto brotou após eu ter visto o dvd do Lenine com minha mãe, nessa tarde chuvosa.
Enquanto eu ouvi uma música, as palavras surgiam em turbilhões em minha mente... e quando vi, havia sintetizado o que aprendi com as dolorosas experiências que tive.
Foi exatmente esse trecho da música que me fez refletir...

♫♫ Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára ♫♫

[Paciência - Lenine]

P.S.: se der, escutem-na.

terça-feira, 8 de maio de 2007

A tristeza tem um papel importante em nossa vida

Por que todos os contos de fada terminam com "...e viveram felizes para sempre.", mas sem nunca contar como foi exatamente essa parte da história?
Porque seria, tenho certza, mais inverossímil do que carruagem virando abóbora ou príncipe fazendo rapel nas tranças da moçoila: ninguém, nem nos contos de fada, é feliz para sempre.
E nem poderia ser.

Num de seus livros, Freud cita uma frase de Goethe: "Nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos", e depois comenta: "Mas isso pode ser um exagero."
É um exagero, penso eu, já metendo o bedelho, humildemente, na discussão dos dois grande pensadores.
Muito pior que uma sucessão de dias belos é uma sucessão de dias feios. Ou uma sucessão de chicotadas, de boladas na boca do estômago, de chifres do namorado.
Mas o que Goethe quis dizer e Freud ressaltar, imagio, é que a felicidade, se for seguida de felicidade sempre, perde a graça. Por isso os dias feios, as chicotadas, as boladas e os chifres do namorado são importantes: sem o contraste com os momentos de sofrimento, somos incapazes de ter momentos felizes.

Mais ainda, acredito que só é capaz de viver a felicidade quem está aberto para a tristeza.
É como se a emoção fosse um aparelho de som que tem volume, mas não equalização. Se a gente aumenta os graves, aumentam os agudos junto.
Se formos nos fechando, nos protegendo da dor, das crises, do desconhecido, a gente se machuca menos, mas também vive as partes boas com menos intensidade. Além disso, sofrer é fundamental para crescermos e vermos o verdadeiro tamanho das coisas.
Vinícius de Moraes escreveu um samba que diz assim:

♫♫ É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza (...)
Senão, não se faz um samba não.♫♫

Somos bombardeados com a ilusão de sermos felizes para sempre, ou, dito de uma outra forma, sempre felizes. Seja nas propagandas de margarina, nas revistas de celebridades ou naqueles adesivos tipo "Você já sorriu hoje?", há uma idéia de que a melhor vida é a de quem está sempre com um sorriso de orelha a oelha.
Bobagem.
Sofrer não só é inevitável como é fundamental. É nas crises que a gente muda, descobre onde aperta o sapato e inventa novos caminhos na vida.
Quem sorri o tempo todo ou está usando uma dentadura três números maior que a boca, ou nunca parou para pensar na vida.
Sofrer, pensar, chorar e mudar dá trabalho, mas é o preço da nossa autonomia.

P.S.: alguns anos atrás o Mc Donald's usou a música do Vinícius em um de seus comerciais. Curiosamente, omitiu a segunda estrofe.
Por que será?

quarta-feira, 2 de maio de 2007

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Pensei na morte.
A morte deveria ser mais potente do que o próprio amor. Não há ninguém neste mundo que não tenha a sua hora. Com a morte, tudo termina, até mesmo os grandes amores.
Sinto resignação pela minha própria morte.


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terça-feira, 1 de maio de 2007

O que é o amor?

O que é o amor?
Por favor, eu vos suplico uma explicação.

Quando achamos [naquele momento temos a nítida certeza de que já se foi] que tudo passou, a sensação angustiante nos sufoca.
É algo louco.
Por algum fator desconhecido toda a fortaleza vai ao chão destruída pela dor, que bate forte.
Sinto-me como a casa do porquinho que foi pro chão depois de ser assoprada pelo lobo.

Juramos que não vamos mais chorar, que ninguém nesse mundo vale o desespero vivido, que definitivamente está acabado. E quando nos damos conta, lá estamos, em um pranto sufocante, passando noites em claro, se perguntando o "porquê?", nos culpando, julgando-nos incapazes por termos sido rejeitados.
E mesmo depois de tanta dor, de tanta falta de compreensão, de tanto egoísmo, continuamos amando esse indivíduo que nos causa ainda mais dor com sua ausência.

Suplico, me digam o que é o amor!
Causa tanto sofrimento, enlouquece, mata...

Vejo pessoas próximas sofrerem tanto com a falta de reciprocidade amorosa... eu não sei, fico confusa, engulo todas as minhas "idéias amorosas" e rumino-as, na frustrante tentativa de achar uma explicação para algo inexplicável.
O amor segue suas próprias regras. Só que estas não são rígidas, pelo contrário, estão em constante mutação. Variam de uma forma curiosa...
Temperatura, espaço, pressão, tempo, composição do ar,..; tantos elementos interligados, ao mesmo tempo que independem.
As histórias são sempre as mesmas, só que encontramos as mais diversas reações.

Não há como seguir conselhos amorosos, eles são utópicos. Só devemos sentir e através disso escolher o caminho que julgamos ser o "verdadeiro".
Por mais absurdo que ele nos pareça...

Acabo achando que não sofrer por amor é algo irreal. É necessário que se haja dor... mas gostaria que ela não
persistisse.
Estou confusa.
Há tanta informação, tantos pensamentos, pontos obscuros, novas experiências.
Eu tenho medo, mas tenho muito mais medo do que pode não ser.
A frustração é o pior sentimento com que o ser humano têm de lidar.

Mas me digam, por favor me digam, o que é o amor?

Eu espero que ao entender esse sentimento possa fazer parar de doer, possa me desfazer do que não é, do que não será e esquecer o "que foi" [que foi um "que foi" incompleto].
É inevitável não pensar nos sonhos...

Não tenho entendido esse mundo, não tenho entendido a postura das pessoas, não tenho entendido o amor...

Espero que você fique bem.
Pensei em te ligar, mas seus problemas já te consomem e achei melhor que ficasse sozinho com você e tentasse dormir um pouco.
Eu fui atingida pela sua dor...

Só quero que você fique bem
Sei que é difícil e que dói... mas deixa a vida seguir seu ritmo.
Chore quando tiver vontade. E me ligue só para ter a sensação de que estou ao teu lado.
Estou SEMPRE do teu lado, és meu amigo.
E quando descobrir o que é o amor, te contarei.

Don't worry, be happy

Quem souber me conte, please!
Preciso ajudar um amigo.
Preciso que não doa.

Isso existe?
É possível amar tanto uma pessoa e do dia para a noite encará-la como só mais uma pessoa, um mero mortal?
Pra onde vai todo o sentimento, as juras de amor, as promessas, os planos, os sonhos?
Em que lugar nós os despachamos?
Eu preciso saber...

Como esquecer tudo o que foi vivido e encarar a vida com tanta naturalidade?
Eu não compreendo... sou atestadamente incapaz.
Eu não aceito, essa é a verdade. Não aceito o desperdício de sentimento, o descarte do amor.
Me digam, por favor, o que é que acontece.
Me expliquem o amor. E o seu fim [existe fim de amor?]
[Como isso é possível?
Como descobre-se que chegou ao fim?
Como viver com isso?
Como aceitar?
É possível amar eternamente depois do rompimento?
Pq pessoas que se amam não ficam juntas?
Pq todos os finais não são felizes?]

Eu estou indignada com a vida, novamente.
Eu não aceito o seu modo de agir, não é justa a forma como os acontecimentos de desenrolam.
Vida, você realmente és injusta...

Só quero alguém para segurar em minha mão...


"A medida de amar é amar sem medida"
[Números - Engenheiros do Hawaii]

Essa é a única coisa que eu sei do amor...